O RG tá aqui. A identidade? Perdi.

À procura

“Ao comparecer ao local, não esqueça de levar sua Carteira de Identidade/ Registro Geral (RG), ou algum documento com foto para retirar o seu produto.

Atenciosamente,

A Direção”

 

Querendo ou não, temos que  ser (somos) identificados em qualquer lugar que formos. Seu nome já é uma forma de identificação. Sua aparência física também lhe identifica. Criar uma carteira para esse ato só sistematizou algo que já era óbvio. Se você colocar no Google “qual o significado de identidade” irá aparecer o seguinte conceito:

 

1.qualidade do que é idêntico.

2.conjunto de características que distinguem uma pessoa ou uma coisa e por meio das quais é possível individualizá-la.

 

Ou seja, sua identificação é sua individualidade a qual você é distinguido dos demais ao seu redor. Só para recordar, sabemos que somos diferentes e que até os gêmeos univitelinos possuem distinções. Entretanto, não quero me demorar tratando de termos.

O fato é que todo mundo (ou quase) tem RG. E quem sabe, tenha passado pelo momento  em que você fez de tudo para não olhar sua foto 3×4 no documento e muito menos mostrar para alguém.  Aliás, na foto, não é nada mais nada menos que você. A “retratação” da sua realidade.

De modo formal, é esse o documento que lhe representa na sociedade. E quando forem procurar por você no banco de dados, lá vai estar sua impressão digital, nome, data de nascimento e também a sua “desprezada” foto.

Tudo isso, todas essas informações você sabe de cor. Esse superficial autoconhecimento é mais uma forma quantitativa no universo social. Mas sabemos que autoconhecimento é milhares de vezes mais complexo que isso.

A tentativa de conhecer-se é explorado desde os primórdios. Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles são alguns exemplos desse tipo de reflexão. A vida é o constante conhecer-se. Entretanto, nos afastamos constantemente da essência de individualidade. Inseridos em grupos e tratados como massa, muitas vezes esquecemos de que a massa é formada por individualidades. E são essas individualidades que nos faz saber o propósito de vida, pelo que vale lutar.

 

“É, eu tenho RG mas não faço ideia de quem sou.”

“Fulano de Tal está fazendo isso. Vou fazer também!”

“Estou indo porque todo mundo vai.”

“Quero ser como você.”

 

E sua identidade? Está vagando pelo universo, longe de você. Está disposto a dizer adeus à sua própria identidade por uma identidade generalizada? Ou então, deseja seguir um caminho que leva à mesmice? Deseja perder a marca que lhe faz sentir-se único?

Existem coisas que parecem loucura porque a maioria não está fazendo. Mas quem dita o que é loucura? O exercício de tentar sair da bolha é algo ousado.

Seja autêntico!

E que os dizeres “O RG tá aqui. A Identidade? Perdi” não se aplique a você.

Não. Não mais.

 

“Ao comparecer aos locais de sua vida, não esqueça de levar sua real Identidade/ Registro de quem você é, ou alguma qualidade individual não necessitando de foto para provar sua unicidade .”

Atenciosamente,

Kemy”

 

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