Relatos Sozinhos I

A jornada de uma nova espécie

Não há conexões. Não precisa fazer sentido. Coesão pra quê? Se palavras separadas não formam uma frase, a expressão completa dessas palavras sem sentido não seria diferente. Muitas coisas são incompreensíveis quando isoladas. Pegue uma frase solta fora de contexto. Tudo vai para a base do “achismo”, das opiniões. Dificilmente esse pressuposto resulta em pronta pesquisa.

Desconexões. Um roteador sem cabo, um computador sem alimentação, um carro sem motor. Se uma porta abre sem girar a maçaneta, algo está quebrado. Manchetes em microcontos. Se imagina. Sonha. Ninguém sabe o que realmente é por mais que se abra a reportagem completa. Separadas, palavras são palavras, relatos são relatos e nada é além disso.

O que dirá de pessoas que antes mesmo de pensarem, precisaram de mais duas para nascer? Ou então neste presente relato sozinho, uma pessoa surge do querer de ninguém, somente do impessoal acaso… Quem ela é? Quem poderia contar sua história inicial? Faz algum sentido um relato sozinho? Se testemunharam, outros confirmarão a veracidade e autenticidade. Porém, se o relato for do “Sozinho”, quem crerá no que nunca viu, nunca viveu, nunca “se lembrou”? Para os demais, não fará sentido. E se essa ideia for consolidada pelos “não-sozinhos”, quem poderá dizer o contrário? Certamente isso não existirá. 

Poderia existir se houvessem outros sozinhos para provar através do movimento dos números minoritários. Mas ainda assim seriam “números” e não “número”.

O Sozinho nunca será provado e, por consequência, nunca existirá.

Não haverá conexões, pois não haverá real empatia. Como a lei diz, “os mais fortes resistem”, este não terá a força do mundo.

Por contexto, não existirá contexto.

Se entende o que se quer.

E esse relato sozinho será ignorado.

 

CONTINUA…

 

 

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